Religiões
Judaísmo
Judaísmo - é uma das três
principais religiões
abraâmicas,
definida como a "religião, filosofia e modo de vida"
do povo judeu. Originário da Bíblia Hebraica (Tanakh) e explorado em
textos posteriores, como o Talmud, é considerado pelos judeus religiosos como a
expressão do relacionamento e da aliança desenvolvida entre Deus com os Filhos de Israel. De acordo com o judaísmo
rabínico tradicional, Deus
revelou as suas leis e mandamentos a Moisés no Monte Sinai, na forma de uma Torá escrita e oral. Esta foi
historicamente desafiada pelo caraítas, um movimento que
floresceu no período medieval, que mantém vários
milhares de seguidores atualmente e que afirma que apenas a Torá escrita foi
revelada.Nos tempos modernos, alguns movimentos liberais, tais como ojudaísmo
humanista,
podem ser considerados não-teístas.
O judaísmo defende uma relação especial
entre Deus e o povo judeu, manifesta através de
uma revelação contínua de geração a geração. O judaísmo crê que a Torá é a revelação eterna dada por Deus aos
judeus. Os judeus rabinitas e caraítas também aceitam que homens através da
história judaica foram inspirados pela profecia, sendo que muitas das quais
estão explícitas nos Neviim e nos Kethuvim. O conjunto destas três partes formam as Escrituras
Hebraicas conhecidas como Tanakh.
A profecia dentro do judaísmo não tem o caráter
exclusivamente adivinhatório como assume em outras religiões, mas manifestava-se
na mensagem da Divindade para com seu povo e o mundo, que poderia assumir o
sentido de advertência, julgamento ou revelação quanto à Vontade da Divindade.
Esta profecia tem um lugar especial desde o princípio do mosaísmo, seguindo
pelas diversas escolas de profetas posteriores (que serviam como conselheiros
dos reis) e tendo seu auge com a época dos dois reinos. Oficialmente se
reconhece que a época dos profetas encerra-se na época do exílio babilônico e
do retorno a Judá. No entanto o judaísmo reconheceu diversos profetas durante a
época do Segundo Templo, e durante o posterior período
rabínico.
O entendimento dos conceitos de corpo, alma e espírito no judaísmo varia conforme as épocas e
as diversas seitas judaicas. O Tanach não faz uma distinção teológica destes,
usando o termo que geralmente é traduzido como alma (néfesh) para se referir à vida e o termo geralmente traduzido
como espírito (ruakh) para se
referir a fôlego. Deste modo, as interpretações dos diversos grupos são muitas
vezes conflitantes, e muitos estudiosos preferem não discorrer sobre o tema.
Ressurreição e a vida além-morte
O Tanach, excetuando alguns pontos poéticos e controversos, jamais faz
referência a uma vida além da morte, nem a um céu ou inferno, pelo que os saduceus posteriormente rejeitavam estas
doutrinas. Porém após o exílio em Babilônia, os judeus assimilaram as doutrinas da
imortalidade da alma, da ressurreição e do juízo final, e constituíam em
importante ensino por parte dos fariseus.
Nas atuais correntes do judaísmo, as
afirmações sobre o que acontece após a morte são postulados e não afirmações, e
varia-se a interpretação dada ao que ocorre na morte e se existe ou não
ressurreição. A maioria das correntes crê em uma ressurreição no mundo vindouro
(Olam Habá), incluindo os caraítas, enquanto outra parcela do judaísmo
crê na reencarnação, e o sentido do que seja ressurreição
ou reencarnação varia de acordo com a ramificação.
Cristianismo
Cristianismo (do grego "Christós", messias) é uma religião abraâmica monoteísta centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são
apresentados no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus
como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor. A religião cristã tem três vertentes
principais: o Catolicismo, a Ortodoxia Oriental (separada do catolicismo em 1054 após o Grande Cisma do
Oriente) e o protestantismo (que surgiu durante a Reforma
Protestantedo século XVI). O protestantismo é dividido em
grupos menores chamados de denominações. Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é o Filho de Deus que se tornou homem e o Salvador da humanidade, morrendo pelos pecados do mundo. Geralmente, os cristãos se
referem a Jesus como o Cristo ou o Messias.
Os seguidores do cristianismo,
conhecidos como cristãos, acreditam que Jesus seja o Messias profetizado na Bíblia Hebraica (a parte das escrituras comum tanto ao cristianismo quanto ao judaísmo). A teologia cristã ortodoxa alega que Jesus teria sofrido, morrido
e ressuscitado para abrir o caminho para o céu aos
humanos; Os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos céus, e a maior parte das denominações ensina que Jesus irá retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos,
e conceder a imortalidadeaos seus seguidores. Jesus também é
considerado para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa, e tanto como o revelador quanto a encarnação de Deus.6 Os cristãos chamam a mensagem de Jesus
Cristo de Evangelho ("Boas Novas"), e por isto
referem-se aos primeiros relatos de seu ministério como evangelhos.
O cristianismo se iniciou como uma seita judaica, e,
como tal, da mesma maneira que o próprio judaísmo ou o islamismo, é classificada como abraânica. Após se originar no Mediterrâneo
Oriental, rapidamente se
expandiu em abrangência e influência, ao longo de poucas décadas; no século IV já havia se tornado a religião
dominante no Império Romano. Durante a Idade Média a maior parte da Europa foi cristianizada, e os cristãos também seguiram sendo
uma significante minoria religiosa no Oriente Médio, Norte da África e em partes da Índia. Depois da Era das
Descobertas, através de trabalho missionário e da colonização, o cristianismo se espalhou para as Américas e pelo resto do mundo.
O cristianismo desempenhou um papel de
destaque na formação da civilização
ocidental pelo menos desde o século IV. No início do século XXI o
cristianismo conta com entre 2,3 bilhões de fiéis, representando cerca de um
quarto a um terço da população mundial, e é uma das maiores religiões do mundo. O
cristianismo também é a religião de Estado de diversos países.
As visões sobre o que acontece após a
morte dentro do Cristianismo variam entre as denominações. A Igreja Católica considera a existência do céu, para onde vão os justos, do inferno, para onde vão os pecadores que não se
arrependeram, e do purgatório, que é um estágio de purificação, mas
não um terceiro lugar, para os pecadores que morreram em estado de Graça, ou seja, já estão salvos e esperando um tempo indeterminado
para ir para o céu. As igrejas orientais, bem como algumas igrejas
protestantes, consideram a existência apenas do céu e do inferno. Dentro do
Protestantismo, a maior parte das denominações acredita que os mortos serão
ressuscitados no Juízo Final, quando então serão julgados, sendo
que os pecadores serão definitivamente mortos e os justos viverão junto a
Cristo na imortalidade. Já as denominações do Cristianismo Esotérico são
reencarnacionistas e ponderam que nenhum homem é totalmente bom nem totalmente
mau, e após a morte sofrerão as consequências do bem e do mal que tenham
praticado em vida, atingindo a perfeição com as sucessivas encarnações.
Islamismo , é uma religião abraâmica monoteísta articulada pelo Alcorão, um texto considerado pelos seus seguidores
como a palavra literal de Deus de (Alá, em árabe: الل; transl.: Allāh), e pelos ensinamentos e
exemplos normativos (a chamada suna, parte do hadith) de Maomé, considerado pelos fiéis como o último profeta de Deus. Um adepto do islamismo é chamado de muçulmano.
Os muçulmanos acreditam que Deus é único e incomparável e o propósito da existência é adorá-Lo. Eles
também acreditam que o islã é a versão completa e universal de uma fé
primordial que foi revelada em muitas épocas e lugares anteriores, incluindo
por meio de Abraão, Moisés e Jesus, que eles consideram profetas. Os
seguidores do islão afirmam que as mensagens e revelações anteriores foram
parcialmente alteradas ou corrompidas ao longo do tempo, mas consideram o Alcorão como uma versão inalterada da revelação
final de Deus. Os conceitos e as práticas religiosas incluem os cinco pilares do
islão, que são
conceitos e atos básicos e obrigatórios de culto, e a prática da lei islâmica, que atinge praticamente todos os aspectos da vida e da
sociedade, fornecendo orientação sobre temas variados, como sistema bancário e bem-estar, à guerra e ao meio ambiente.
A maioria dos muçulmanos pertence à uma
das duas principais denominações; com 80% a 90% sendo sunitas e 10% a 20% sendo xiitas. Cerca de 13% de
muçulmanos vivem na Indonésia, o maior país muçulmano do mundo. 25% vivem no Sul da Ásia, 20%
no Oriente Médio, 2%
na Ásia Central, 4% nos restantes países do Sudeste Asiático e 15% na África Subsaariana. Comunidades islâmicas significativas
também são encontradas na China, na Rússia e em partes da Europa. Comunidades convertidas e de imigrantes são encontradas em quase todas
as partes do mundo. Com cerca de 1,41-1,57 bilhão de muçulmanos, compreendendo
cerca de 21-23% da população mundial, o
islão é a segunda maior religião e uma das que mais crescem no mundo.
Segundo as crenças islâmicas, o dia do Julgamento Final (Yaum al-Qiyamah) é o momento em
que cada ser humano será ressuscitado e julgado na presença de Deus pelas
acções que praticou. Os seres humanos livres de pecado serão enviados
directamente para o Paraíso, enquanto que os pecadores devem
permanecer algum tempo no Inferno, antes de poderem também entrar no
Paraíso. As únicas pessoas que permanecerão para sempre no Inferno são os
hipócritas religiosos, isto é, aqueles que se diziam muçulmanos, mas de facto
nunca o foram.
Segundo a mesma crença, a chegada do Julgamento Final
será antecedida por vários sinais, como o nascimento do Sol no poente, o som de
uma trombeta e o aparecimento de uma besta. De acordo com o Alcorão, o mundo
não acabará verdadeiramente, mas sofrerá antes uma alteração profunda.
Espiritismo ou Doutrina Espírita é a doutrina codificada pelo pedagogo francês Hippolyte Léon Denizard Rivail,
usando o pseudônimo Allan Kardec. É uma doutrina estabelecida mediante
a fusão da ciência, filosofia e religião, buscando a melhor compreensão não
apenas do universo tangível (científico), mas também do universo a esse
transcendente (religião). É baseada através da observação de fenômenos que o
mesmo atribuía a manifestações de inteligências incorpóreas ou imateriais,
denominadas espíritos. O termo Espiritismo foi cunhado por Kardec em 1857 para
definir especificamente o corpo de ideias por ele reunidas e codificadas em
"O Livro dos Espíritos". Na
publicação do livro "O Que é o Espiritismo", o codificador a define
como uma doutrina que trata da "natureza, origem e destino dos espíritos,
bem como de suas relações com o mundo corporal e as consequências morais que
dela emanam", e fundamenta-se nas manifestações e nos
ensinamentos dos espíritos. Também é compreendida como uma doutrina de cunho
científico-filosófico-religioso voltada para o aperfeiçoamento moral do homem,
que acredita na possibilidade de comunicação com os espíritos através de médiuns.
Embora o Espiritismo tenha importado, a fim de estruturar
seu corpo de conhecimento, muito da metodologia
científica, mostra-se
importante ressaltar que ele desenvolve-se sobre princípios que transcendem os
rigores dessa metodologia, de forma que vários dos resultados e fenômenos
dentro do Espiritismo entendidos como válidos perante sua metodologia própria
não se sustentam frente à metodologia científica - essa estabelecida com base e
princípios certamente mais rigorosos e restritivos. Quando o termo ciência é usado com acepção estrita (acadêmica), tais extrapolações ao método cientifico, embora internamente úteis ao
validarem vários preceitos da doutrina, impedem a classificação do Espiritismo
como ciência; e essa doutrina não constitui cadeira
científica, mesmo compartilhando com a ciência de outrora o estudo de vários
fenômenos, e nela encontrando-se por vezes referências frequentes a vários
cientistas de renome.
o Espiritismo se estruturou a partir de
pretensos diálogos estabelecidos por espíritos desencarnados que, se
manifestando por meio de médiuns, discorreram sobre temas religiosos sob a
ótica da moral cristã, ou seja, tendo por princípio o amor ao próximo. Desta
forma foi estabelecido o preceito primário do espiritismo, de que só é possível
buscar o aprimoramento espiritual através da caridade aos semelhantes (Lema:
Fora da caridade não há salvação), além de trazer a luz novas perspectivas
sobre diversos temas de grande relevância filosófica e teológica.
O Espiritismo pretende chegar à compreensão da realidade
mediante a integração entre as três formas clássicas de conhecimento, que seriam a ciência, a filosofia e a
religião. A doutrina espírita se propõe, assim, a estabelecer um diálogo entre
as três, visando à obtenção de uma forma original que, a um só tempo, fosse
mais abrangente e mais profunda, para desta forma melhor compreender a
realidade. Kardec sintetiza o conceito com a célebre frase: “Fé inabalável só o é a que pode encarar
frente a frente a razão em todas as épocas da humanidade” .
·
Existência e
unicidade de Deus, desconstruindo o dogma da Santíssima
Trindade ("Deus é a inteligência suprema, causa primária de
todas as coisas");
·
O universo é
criação de Deus, incluindo todos os seres racionais e irracionais, animados e
inanimados, materiais e imateriais, que por sua vez, todos estão destinados a lei de evolução;
·
Existência e
imortalidade do espírito, compreendido como individualidade inteligente da
Criação Divina (para Kardec, a ligação entre o espírito e o corpo físico, é
feita por meio de um conectivo "semimaterial" que denomina de perispírito);
·
Volta do espírito
à matéria (reencarnação), tantas vezes quanto necessário, como
o mecanismo natural para se alcançar o aperfeiçoamento a perfeição. No entanto
os espíritas não creem na metempsicose;
·
Conceito de "criação
igualitária" de todos os espíritos, "simples e ignorantes" em
sua origem, e destinados invariavelmente à perfeição, com aptidões idênticas para o bem ou
para o mal, dado o livre-arbítrio;
·
Possibilidade de
comunicação entre os espíritos encarnados ("vivos") e os espíritos
desencarnados ("mortos"), por meio da mediunidade (Essa comunicação é realizada com o
auxílio de pessoas com determinadas capacidades - os médiuns, como por exemplo a chamada
"escrita automática" (psicografia).);
·
Lei de causa e efeito, compreendida como mecanismo de retribuição ética
universal a todos os espíritos, segundo a qual nossa condição é resultado de
nossos atos passados;
·
Pluralidade dos
mundos habitados, a ideia de que a Terra não é o único planeta com vida
inteligente no universo;
·
Jesus como sendo o guia e modelo para toda a
humanidade. Segundo o espiritismo, a moral cristã contida nos evangelhos
canônicos é o maior roteiro ético-moral de que o homem possui, e a
sua prática é a solução para todos os problemas humanos e o objetivo a ser
atingido pela humanidade.
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